São Paulo de múltiplas vozes.

São Paulo de múltiplas vozes

*Imagem: Livro Isto é São Paulo – 1951, imagem de interior do ônibus – Crédito: Felipe Azevêdo

Texto da educadora Rosi Ludwig sobre as experiências de visita e os relatos colhidos com o público durante a programação Experimentando o Museu de agosto com o tema “Identidades Paulistanas: o que eu trago? o que eu levo?”. Esse é o quarto de uma série de textos elaborados pelo Educativo da Casa-museu Ema Klabin.

Paulistanos, pessoas que estão na cidade a trabalho, passeantes, quem são as pessoas que ocupam essa cidade? Como a ocupam? Por quê? 

Nessa visita recebemos duas pessoas do Rio de Janeiro que estavam de passagem pela cidade e um visitante que nasceu na cidade de Santos, mas que reside desde infância em São Paulo. 

Após uma primeira apresentação, iniciamos com o convite para pensarmos no decorrer da visita: O que eu trago e o que eu levo dessa cidade? 

Logo na entrada começamos a analisar o livro Isto é São Paulo e a observar a partir das informações do livro, a ideia de fazer de São Paulo um lugar moderno e sofisticado. A imagem da fotografia mostrando o ônibus da época, despertou risos nos visitantes comparando com a triste realidade que temos hoje sobre o transporte público na cidade. 

Seguimos conversando de forma muito fluída sobre a construção territorial de São Paulo, de tantas vozes, muitas sobrepostas e apagadas. Por onde eu passo consigo identificar essas vozes? E as vozes atuais, eu as identifico? Me relaciono ou apenas passo? Infelizmente muitas vezes passamos. A cidade ferve e acontece tudo muito rápido. Falamos do tempo, o tempo da distância e o tempo da memória.

O que mais pulsa? A diversidade cultural e a gastronomia foram algumas das respostas. Aqui encontramos de tudo! São tantas coisas: museus, restaurantes, cinema, teatro. Não deu para visitar aqui, tem outra coisa logo ali, tão interessante quanto.

São Paulo é a cidade que não para, pessoas andam apressadas para algum lugar que parece não chegar onde, mas chega, encontra, como nessa visita, que abre espaço para essa conversa, para esse encontro. 

E por fim, retomamos a questão inicial O que eu trago e o que eu levo dessa cidade? Os visitantes realizaram um depoimento escrito e deixaram sua marca, sua memória, compondo mais uma parte dessa história. 

→ Confira também os outros textos que pertencem a série de depoimentos acerca da exposição Vozes dos Livros, por Cristiane Alves, Felipe Azevêdo e Isabela Gonçalves.

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Rose Ludwig

Rosi Ludwig é educadora do Educativo Ema Klabin, graduada em Educação Artística e pós graduada em Arte na Educação: Teoria e Prática. Atua em educativos de museus desde 2006. Acredita na magia do encontro, na potência da escuta e nas diversas relações de conhecimento.