O que há de autêntico em uma mãe inventada

→ Lançamento do livro de poemas de Oluwa Seyi

Lançamento do livro de poemas de Oluwa Seyi | O que há de autêntico em uma mãe inventada

Oluwa Seyi

Sábado, 3 de dezembro, das 15h às 18h

Gratuito

100 vagas por ordem de chegada

Imagem: Débora Ribeiro Rendelli

A Casa Museu Ema Klabin convida seu público para o lançamento do livro de poemas “O que há de autêntico em uma mãe inventada”, da escritora Oluwa Seyi Salles Bento.

O livro estimula discussões possíveis sobre planos, adiamentos, negações e impossibilidades que envolvem a maternidade ainda não exercida. Um bate-papo com Oluwa Seyi e as autoras do prefácio e do posfácio do livro, Lara de Paula e Zainne Lima, será permeado pela leitura de poemas que poderão alimentar as trocas e reflexões. O livro publicado pela Editora Urutau estará disponível para compra, mas é possível reservá-lo com a autora pelas suas redes sociais e recebê-lo autografado no lançamento, acessando o link https://linktr.ee/oluwa.seyi

A crítica literária, tradutora e professora Fernanda Silva e Sousa comenta:

“… nos poemas de seu livro de estreia ‘O que há de autêntico em uma mãe inventada’, revela, na verdade, como há tudo de autêntico na mãe que inventa, pois ela é também uma herdeira das propriedades ancestrais. Em seus versos a maternidade se torna não apenas uma inspiração ou um tema, mas o lugar a partir do qual Oluwa materna a sua criança interior, materna a jovem adulta com medo do futuro e, principalmente, parteja palavras como quem deseja parir um mundo em que as vidas negras não sejam interrompidas o tempo todo…”

Ansiedade

moro no futuro de favor
e vivo corroída pelo temor
de a qualquer momento
ser despejada

o tempo me cobra o impagável
aluguel imensurável
e eu vou entregando como garantia
pedaços da minha sanidade

esta casa que me prende
não é confortável ou quente
mas não sei abandoná-la:
é minha própria carne

Público-alvo

Público em Geral

Oluwa Seyi Salles Bento

Oluwa Seyi Salles Bento é mulher negra, nascida na zona norte de São Paulo na década de 1990. Graduada, mestra e doutoranda em Letras pela USP, refletindo sobre a presença dos orixás em obras literárias de escritoras negras. Tem poemas, contos e artigos publicados em revistas e antologias literárias e acadêmicas de diversos estados do país, dentre elas: ``Escritas femininas em primeira pessoa`` (Oralituras, 2020); ``Cartas para Esperança`` (Ed. Malê, 2021) e ``Cadernos Negros - Contos afro-brasileiros`` volume 44 (Ed. Quilombhoje, 2022). Também é autora do zine ``Estudo poético do corpo`` (Independente, 2021), obra artesanal em que discute, através de poemas, a relação entre o corpo e a poesia. Escreve desde que se recorda e não consegue imaginar a si mesma longe do lugar de produtora, apreciadora e crítica de literatura.

Lara de Paula Passos

Lara de Paula Passos (1995) é mulher negra setelagoana. Multiartista, poeta, arqueóloga, escritora, slammer e colagista. Trabalha artisticamente com videoperformance, declamação de poesia, elaboração de projetos gráficos, cursos de declamação, escrita criativa e colagens. Membra co-fundadora da coletiva Cajila Laboratória de mulheres negras artistas. Compõe algumas coletâneas literárias, dentre elas ``Escritas femininas em primeira pessoa`` (Oralituras, 2020); ``CAROLINAS - A nova geração de escritoras negras brasileiras`` (Flup e Bazar do Tempo, 2021); e ``POETAS NEGRAS BRASILEIRAS - uma Antologia (Editora Cultura, 2021). Em 2021, lançou seu primeiro livro solo, ``Nuvilíneas`` (Alecrim Edições, 2021), bem como a história em quadrinhos (HQ) ``Por Um Fio`` (Kitembo edições do futuro, 2021), ilustrada por Will Rez. É mestra e doutoranda em Antropologia - área de concentração em arqueologia - pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia PPGAn-UFMG, onde pesquisa crítica feminista da ciência e colonialidade na arqueologia. A partir da Arqueopoesia, propõe novas possibilidades de atravessamentos entre os universos arqueológicos e poéticos, e encara a escrita como uma ferramenta política de cura ancestral.

Zainne Lima da Silva

Zainne Lima da Silva (1994) é filha de Nara-Bahia e José-Pernambuco e mora em Taboão da Serra, zona metropolitana de São Paulo. Bacharela e licenciada em Letras pela FFLCH-USP. É arte-educadora, escritora, poeta, revisora e professora-pesquisadora de língua portuguesa. Autora de ``Pequenas ficções de memória`` (Ed. Patuá, 2018), ``Canções para desacordar os homens`` (e-book independente, 2020) e ``Pedra sobre pedra`` (Ed. Popular Venas Abiertas, 2020). Participa de diversas iniciativas culturais, antologias impressas e virtuais, portais e revistas de literatura. Foi finalista do Programa Nascente, da pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, nos anos de 2016, 2017 e 2018. Mais recentemente, recebeu o Prêmio Malê de Literatura para jovens escritores negros e menção honrosa do 19º Prêmio Paulo Setúbal, promovido pela prefeitura de Tatuí-SP.

Relacionados