Exposição
Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana

Exposição | Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana

29 nov 2025 a 29 mar 2026
abertura: visitação a partir das 11h
breve fala dos curadores às 15h30

ingresso à casa museu:
R$ 20 (inteira)
R$ 10 (meia)
gratuito para crianças de até 7 anos, professores e estudantes da rede pública

Imagem: Roteiro de viagem de D. Luiz e Sespedes Xerias, ao Guairá, via São Paulo/Acervo do Museu Paulista da USP

A Casa Museu Ema Klabin apresenta, a partir de 29 de novembro, a exposição Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana, com curadoria de Paula Nishida e Paulo de Freitas Costa.

Antes da invasão europeia, a região hoje ocupada pela cidade de São Paulo era chamada Piratininga, nome tupi que significa peixe a secar, referência às várzeas dos rios onde, após as cheias, os peixes ficavam expostos ao sol. A aldeia de Piratininga ocupava um território muito especial, próximo ao litoral, mas protegido pelo relevo íngreme, com muitas nascentes e rios cheios de curvas que corriam em direção ao interior, fornecendo água abundante e facilitando o transporte. Embora a cidade atual, marcada por crescimento acelerado e urbanização intensa, pareça muito distante desse passado pré-colonial, pesquisas arqueológicas das últimas décadas revelam que o território da cidade de São Paulo já contava com uma ocupação humana de cerca de 4 mil anos, fato desconhecido da maioria de seus habitantes atuais.

O trabalho arqueológico segue um método científico rigoroso que envolve várias etapas, desde a escavação até a análise em laboratório. No campo, o espaço de escavação é cuidadosamente quadriculado para garantir o controle preciso da localização de cada achado. Depois o material é levado para laboratório para higienização, catalogação e análise. O município de São Paulo tem cerca de 90 sítios arqueológicos e esta exposição apresenta algumas das mais importantes descobertas em dois eixos: o período Pré-colonial, dos vestígios mais antigos encontrados até a chegada européia, e o Colonial, que cobre o período desde os primeiros contatos com europeus até o início do século XIX.

Serão destacados oito sítios arqueológicos, abrangendo artefatos de pedra lascada do Morumbi, o início da mineração no Brasil no Jaraguá, as antigas olarias de Pinheiros, as urnas funerárias indígenas encontradas em vários pontos da cidade e as casas do Butantã e do Itaim Bibi – esta última bem próxima da casa museu.

Em uma última seção, Os Ares de Piratininga, a exposição aborda as mudanças climáticas pelas quais a cidade passou, indicadas por amostras coletadas em estudo realizado em 1997, que revelam uma paisagem bem diferente da atual.

A exposição contará com registros fotográficos e cartográficos de todas essas descobertas, além de reproduções dos artefatos encontrados – e o público poderá até manusear algumas delas.

Paula Nishida

É graduada em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996), mestrado (2001) e doutorado (2007) em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP). Atuou na área de Arqueologia Pré-Colonial, com ênfase em sambaquis, zooarqueologia, métodos e técnicas da disciplina, populações pescadoras-coletoras e antropologia marítima. Foi supervisora do Centro de Arqueologia de São Paulo (CASP/DPH/SMC/PMSP) entre 2010 e 2025, espaço de reflexão sobre a história da cidade a partir da Arqueologia Urbana.

Paulo de Freitas Costa

É arquiteto e mestre em Artes pela USP. Em 1997, foi convidado a coordenar a catalogação da Coleção Ema Klabin, passando a atuar como curador da casa museu em 2001. No ano de 2000, foi selecionado pela Lampadia Foundation para programa de um ano de pesquisa na National Gallery de Washington D.C. Em sua abertura ao público, a Casa Museu Ema Klabin foi contemplada com o prêmio de melhor iniciativa de 2007 pela Associação Paulista de Críticos de Arte - A.P.C.A. Atualmente coordena o Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas. Publicou os seguintes livros: Sinfonia de Objetos (Ed. Iluminuras, 2007); A Casa da Rua Portugal (FEGK, 2014); A Coleção Ema Klabin (org., FEGK, 2017); Porcelana Europeia na Coleção Ema Klabin (FEGK, 2018).

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Tema anual: Memória