Algumas casas em sertões da Bahia
→ visualidade e materialidade de fachadas contemporâneas
Palestra | Algumas casas em sertões da Bahia: visualidade e materialidade de fachadas contemporâneas
Pedro Levorin
Sábado, 10 de setembro, das 11h às 13h
Gratuito com sugestão de contribuição voluntária
95 vagas por ordem de inscrição
Plataforma Zoom
Imagem: Pedro Levorin
Será exposta uma extensa produção fotográfica sobre uma tipologia residencial específica, recorrente em estados nordestinos: casas com fachadas de platibanda revestidas com materiais industrializados.
As fotografias foram feitas no ano de 2019, ao longo de aglomerações urbanas em três municípios: Monte Santo, Uauá e Curaçá, localizados em sertões da Bahia.
Aqui as imagens funcionam como prismas para compreender as recentes transformações socioeconômicas da região, considerando o contexto político do país vivido principalmente na década de 2000. Em termos formais, deseja-se investigar e debater a permanência de uma intencionalidade estética presente nas antigas fachadas compostas por desenhos moldados em alto relevo. Esses exemplos arquitetônicos remanescentes foram amplamente documentados e estudados por Anna Mariani e Maria de Betânia Brendle antes dos anos 2000, dentro do que foi chamado de “arquitetura popular”.
A partir de uma leitura estética, econômica e social das fachadas, procura-se discutir os sentidos e usos da categoria “popular” no campo da produção e conhecimento em arquitetura. A discussão é mediada por diálogos com as contribuições de Marilena Chauí, em Conformismo e Resistência (1983); de Néstor Canclini, em As culturas populares no capitalismo (1983); dos textos presentes no livro Tempos de Grossura (1994), de Lina Bo Bardi e de Martha Abreu, em “Cultura popular: um conceito e várias histórias (2003). Nesse sentido, também é interessante colocar que o objeto também foi trazido como tema em dois outros trabalhos recentemente publicados, “Desvios” (2018) de Gustavo Piqueira e “Brasil de Dentro” (2021), de Elaine Eiger, indicando sua relevância dentro do campo da documentação da prática da construção civil em interiores de estados nordestinos.
Arquitetos, artistas, antropólogos, sociólogos, fotógrafos, economistas, curadores, pessoas interessadas em visualidades.
Pedro Levorin
Pedro Levorin é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Associação Escola da Cidade (2020). Em 2018 trabalhou no Escritório Técnico do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Cachoeira, no Recôncavo da Bahia. Entre 2020 e 2022 integrou um grupo de estudos que trabalhava a categoria popular em arte e arquitetura (GEPOPAA), vinculado à plataforma de pesquisa ``Nas Ruas da Escola da Cidade``. De maneira autônoma, desenvolve projetos arquitetônicos, cenográficos e fotográficos. Na área da cenografia, apresentou trabalhos no Sesc-SP, Teatro Municipal de São Paulo e Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona. Atualmente é professor assistente da disciplina Estética I, ministrada pelo Prof. Me. Yuri Quevedo, na Associação Escola da Cidade.