Vozes de Pindorama: diferentes olhares e histórias sobre os povos indígenas do Brasil

Vozes de Pindorama:
diferentes olhares e histórias sobre os povos indígenas do Brasil

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Mesa-redonda | Vozes de Pindorama: diferentes olhares e histórias sobre os povos indígenas do Brasil

Ana Beatriz Demarchi Barel, Ailton Krenak, Rita Carelli e Vincent Carelli

Sábado, 6 de maio, das 10h às 13h

Gratuito ou contribuição voluntária de qualquer valor

85 vagas por ordem de chegada

Com transmissão ao vivo pelo YouTube

Imagem: Mundano, Ari Uru-Eu-Wau-Wau, 2022, grafite, dimensões 600m2, Marco Zero de São Paulo, foto Ricardo Yamamoto

O objetivo do encontro é promover um debate sobre as formas encontradas pela sociedade brasileira, ao longo do tempo, para se relacionar com as populações indígenas e equalizar dificuldades produzidas pelo sistema colonial europeu e o conceito de “diferença”.

Quais narrativas construíram nossa ideia de país?

A presença de especialistas que, em suas áreas de atuação, refletem sobre as condições em que vivem os povos indígenas no Brasil, enriquecerá o debate sobre uma das matrizes fundadoras das culturas e das identidades brasileiras.

Ao promover os indígenas a protagonistas da atividade, poderemos pensar em propostas para uma nação que se reconcilie consigo mesma, entendendo suas origens e pensando as ausências como urgências.

Consecutivos acontecimentos na sociedade brasileira – principalmente os mais recentes, como o genocídio dos Yanomami – expõem de forma candente a necessidade desse tipo de debate, revelando conflitos teóricos, com implicações concretas na vida real, que pedem o envolvimento de todos para sua solução.

*Teremos interpretes de Libras. Apesar dos 100 lugares garantidos sentados, estamos reservando 15 lugares para comunidade indígena Guarani que estará presente a convite do museu.

Público-alvo

Interessados em geral, professores, estudantes e pesquisadores

Ana Beatriz Demarchi Barel

Ana Beatriz Demarchi Barel é doutora em Letras pela Université Paris III Sorbonne Nouvelle, com pós-doutorado em História na Fundação Casa de Rui Barbosa, no IEB-USP e Residência em Pesquisa na Biblioteca Mindlin - USP. Leitora do Governo Francês na Université de Nantes e ATER da Université d’Amiens e da Université de Toulouse. Estudou História da Arte na Ecole du Musée du Louvre. Professora de Literaturas de Língua Portuguesa e Teoria Literária da Universidade Estadual de Goiás. Pesquisadora do GRUPEBRAF – IEA – USP. Autora de Um Romantismo a Oeste: Modelo Francês, Identidade Nacional, organizadora da edição fac-símile da Revista Nitheroy e de Cultura e Poder entre o Império e a República (1822-1930). Desenvolve pesquisas na área de História Literária, Literaturas Brasileira e Comparada. Atualmente, estuda representações do espaço e de identidades no romance francês e brasileiro do século XIX.

Ailton Krenak

Ailton Krenak escritor, ativista indígena, pensador, fundou em 1988 a União das Nações Indígenas e, em 1989, o movimento Aliança dos Povos da Floresta. Ocupa a cadeira número 24 na Academia Mineira de Letras, é comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Federal de Juiz de Fora, onde leciona as disciplinas “Cultura e História dos Povos Indígenas” e “Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais”. É autor de Ideias para adiar o fim do mundo, A vida não é útil e Futuro ancestral. Atualmente dirige o Núcleo de Cultura Indígena na Reserva Indígena Krenak, médio Rio Doce em Minas Gerais.

Rita Carelli

Rita Carelli, escritora, roteirista e atriz, é autora de Akukusia - O Dono da Caça e Minha Família Enauenê, que foram contemplados com o selo internacional White Ravens, da biblioteca de Munique, Alemanha e o de Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro da Infância e da Juventude. Seu primeiro romance, Terrapreta, sobre questões indígenas e ambientais no Brasil, ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura como melhor romance de estreia em 2021. É uma das idealizadoras de livros do pensador indígena Ailton Krenak. Realizou documentários como diretora e roteirista entre eles o curta-metragem Yaõkwa, imagem e memória (2020), em parceria com Vincent Carelli e produção da ONG Vídeo Nas Aldeias e Itaú Cultural, tendo recebido diversos prêmios em festivais de cinema no Brasil, entre eles o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2022.

Vincent Carelli

Vincent Carelli, cineasta e indigenista, fundou o Vídeo nas Aldeias (1986-2023), uma escola de cinema para povos indígenas. Em 2009, Carelli lançou o filme Corumbiara, sobre o massacre de índios isolados em Rondônia, primeiro filme de uma trilogia em desenvolvimento que traz seu testemunho de casos emblemáticos vividos em 50 anos de indigenismo no Brasil. O filme Martírio de 2016 é o segundo da trilogia, sobre o genocídio Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul. Em 2017, recebeu o prêmio Príncipe Claus dos países baixos pela sua militância pelo cinema indígena. Em 2022 lançou o terceiro de sua trilogia, Adeus Capitão, sobre a saga de um grande chefe, enquanto desenvolve um programa de devolução de acervo para as comunidades indígenas.

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