A palavra impressa, 1492-1671

A palavra impressa, 1492 – 1671

→ Livros raros da Biblioteca Ema Klabin

A palavra impressa, 1492 – 1671 - Livros raros da Biblioteca Ema Klabin

Abertura: sáb, 15 jul 2023, das 11h às 18h. Em exposição até 26 nov 2023

gratuito

*Imagem: Públio Terêncio Afro. Comédias. Estrasburgo: Johann Grüninger, 1499. Foto: Flávio Demarchi. Biblioteca Ema Klabin

Com o aumento da velocidade de disseminação da informação pela Internet e suas redes sociais, questões acerca do poder das narrativas e as fake news se fazem cada vez mais presentes, e a necessidade de estabelecimento de algum tipo de regulamentação está na ordem do dia.

Apesar disso, a origem dessas questões remonta a uma invenção de meados do século XV: a prensa de tipos móveis de metal, desenvolvida por Johannes Gutenberg, que revolucionou a forma de produção e distribuição dos livros.

Calcula-se que nos primeiros cinquenta anos após a publicação da primeira Bíblia impressa, finalizada por volta de 1455, tenham sido colocados em circulação mais de vinte milhões de exemplares dos mais variados títulos, que tinham um custo infinitamente inferior aos manuscritos anteriormente produzidos. No início do século XVI, já havia tipografias em quase toda a Europa Ocidental, e a era da comunicação de massa estava em pleno curso, possibilitando um enorme salto evolutivo na produção e disseminação do conhecimento humano, formando as bases do pensamento europeu e de uma ordem global que perdura até hoje.

De Gutenberg a Zuckerberg, da Reforma Protestante aos processos eleitorais de anos recentes, apenas a velocidade de difusão se alterou, trazendo um impacto disruptivo cada vez maior. Ao longo do tempo, outros meios de comunicação de massa vieram intensificar esse processo, com o surgimento dos jornais diários no século XVII, do cinema no início do século XX, do rádio após a Primeira Guerra Mundial, da televisão após a Segunda Guerra Mundial, da Internet na década de 1990 e, finalmente, das redes sociais no início deste século.

Exposição
Ao longo de sua vida, Ema Klabin reuniu uma biblioteca com mais de 3.500 volumes. Como bibliófila, adquiriu, a partir do final da década de 1940, mais de 300 livros raros, entre manuscritos, incunábulos (livros produzidos até 1500), edições aldinas, relatos de viajantes, primeiras edições, edições de luxo e livros ilustrados por artistas. Para esta exposição, selecionamos 20 volumes que correspondem aos dois primeiros séculos de produção do livro impresso, começando com dois livros de horas criados entre 1500 e 1509, sendo um manuscrito em latim e o outro já um livro impresso em francês, ambos em pergaminho.
A exposição segue com dois incunábulos sobre a história de Florença, por Leonardo Aretino e Poggio Bracciolini (1492), e as comédias do autor romano Terêncio (1499), com duas primeiras edições em grego impressas em Veneza por Aldo Manúcio, um dos primeiros mestres do design tipográfico: a História da Guerra do Peloponeso, de Tucídides (1502), e as obras completas de Platão (1513).

Os livros impressos também permitiram uma valorização das literaturas e consolidação das línguas vernáculas na Europa, como poderemos ver nas edições da Divina Comédia, de Dante Alighieri (1502), do Romance da Rosa (1529), de Guillaume de Lorris e Jean de Meun, dos Poemas Lusitanos (1598), de António Ferreira, e d’Os Lusíadas (1609), de Camões.
Também foram selecionados livros que teriam grande influência, como a primeira edição dos epigramas satíricos de Marcial (1501), que influenciaram autores como Gregório de Matos, Bocage e Paulo Leminski, o tratado do geógrafo romano Pompônio Mela, ampliado e comentado pelo historiador Caio Júlio Solino (1522/1538), referência para o desenvolvimento da geografia moderna, além da correspondência entre Filipe Melâncton e Martinho Lutero (1565), que detalha os acontecimentos que levariam à Reforma Protestante do século XVI.

Finalmente, apresentaremos dois volumes do grande Atlas de Blaeu de 1655, destacando as diferenças na forma de registrar países da Europa em relação às regiões da América, África e Ásia, junto com cinco relatos de navegadores e viajantes, incluindo as obras de André Thevet (1561), Ulrich Schmidel (1599), Linschoten (1619), Pierre Moreau (1651) e Montanus (1671). Esses primeiros registros do Novo Mundo têm muito a revelar em sua iconografia e na descrição distorcida dos povos originários, que ainda influenciam nosso pensamento.
A exposição contará, ainda, com uma projeção de vídeo contendo imagens variadas de cada livro e trechos selecionados de seu texto.

Programação
Paralelamente à exposição, a Casa Museu Ema Klabin trará uma programação de palestras e atividades educativas que expandirão as questões propostas.

CinEma no Cine Segall
Em parceria com o Museu Lasar Segall, a casa museu promoverá a primeira edição da mostra CinEma. Sob o título “De Gutenberg a Zuckerberg”, a mostra trará, nos meses de agosto e setembro, filmes e documentários que abordam o poder das mais diversas mídias ao longo da história, começando com O Nome da rosa (Jean-Jacques Annaud, 1986).

De 15 de julho a 26 de novembro de 2023

realização
Casa Museu Ema Klabin

apoio
Klabin S.A.

parceria
Museu Lasar Segal, Ibram
.música.manuscrita.

curadoria e pesquisa
Paulo de Freitas Costa

expografia
Paulo de Freitas Costa
Maria Paula Cruvinel
Dárkon Vr

design gráfico
Dárkon Vr

registro fotográfico dos ambientes
Flávio Demarchi

conservação dos livros
Maria Paula Cruvinel
Fabiana Ferreira
Fabricio Souza Chaves
Ivonete Pina

restauração
Auro Aparecido Pinheiro
Solange Bosque Ruy

acrílicos
Lee Dawkins

audiovisual
Ateliê Manam

narração
Cafira Zoé

curadoria de trilha
Pedro Augusto Diniz

impressão digital e cenotécnica
Secall

preparação e revisão de textos
Cia. Entrelinhas

impressão de catálogo
Ipsis

Casa Museu Ema Klabin

conselho
Tércio Sampaio Ferraz Junior
Presidente

Israel Klabin
Marcelo Mattos Araujo
Maria Eugênia Lafer Galvão

diretoria
Celso Lafer
Diretor Presidente
Carlos Baucia
Inês Mindlin Lafer
Roberto Faldini
Rubens Monteoliva Peinado

curadoria
Paulo de Freitas Costa

gestão
Fernanda Paiva Guimarães
Superintendente
Taína Luz
Tatiana Gentil

museologia
Maria Paula Cruvinel
Fabricio Souza Chaves

comunicação
Henrique Godinho
Camila Leite 

ação educativa
Cristiane Alves
Felipe Azevêdo
Rafael Peppe
Bruno Hartman
João Victor Casadei Amabile
Larissa Damaceno
Luiz Henrique Otto de Santana Filho

cursos e palestras
Ana Cristina Moutela Costa
Dinah Feldman

espetáculos
Thiago Guarnieri

serviços de apoio
Alexandro Souza Pina
David Domingues
Ivonete de Souza Pina Nascimento
Nelson Medrado

recepção
Bruna Ferreira Frazão
Fabiana Gomes Ferreira
Luana Gomes da Silva

atendimento Labora 50+
Arlene Bittencourt Saboia
Carlos José Santana
Elenice Ferrari
Jenice Pires de Azevedo Figueira
Maria do Carmo Bottino
Maurício Damberg

assessoria de imprensa
Cristina Aguilera
Mídia Brazil Comunicação Integrada

assessoria jurídica
Pannunzio Trezza Donnini Advogados
Montenegro Castelo Advogados Associados
Müller Mazzonetto / MommaLaw

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