Tramas Culturais
Mulheres do Samba e do Axé

→ A valorização da presença feminina e de suas vozes negras na constituição dos sambas como elemento ancestral

Tramas Culturais | Mulheres do Samba e do Axé – A valorização da presença feminina e de vozes negras na constituição dos sambas como elemento ancestral

Claudia Alexandre

Quintas-feiras, 10/05, 17/05, 07/06, 21/06, das 19:30 às 21:30

Gratuito

30 vagas por ordem de inscrição

Imagem: Reprodução de fotografias do livro “Escravos Brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr.”

O ambiente das rodas de samba, dos batuques e do ajuntamento solidário do povo negro nunca foi exclusividade masculina: a roda é feminina.

A roda é feminina, a circularidade está na função geradora, nos seios que alimenta, na roda da saia, na gira, no xirê e na possibilidade de retorno para os braços da mãe preta. Helena Theodoro (1996) em seu livro Mito e Espiritualidade: mulheres negras, diz que elas foram na escravidão e nos primeiros tempos de liberdade, a viga mestra da família e da comunidade negra.

Mesmo assim, nos dias de hoje, vivendo realidades ainda desiguais, enfrentam narrativas que não consideram o seu protagonismo na vida social, na arte, na religião e na própria cultura. A história da constituição do samba, com mais de 100 anos, nos mostra que sem a presença da mulher negra teríamos muito pouco pra contar!

Programação

  • 1º encontro – 10 de maio de 2018

A mulher negra como agente de construção e permanência de redes de solidariedade e sociabilidades do povo negro desde o século XVI no Brasil. A presença feminina negra determinante para a formação de uma raiz do samba e suas variantes; da circularidade do tambor aos batuques de umbigada.

Intervenção: performance percussiva e de dança.

  • 2º encontro – 17 de maio de 2018

Dos terreiros sagrados ao samba de roda: O protagonismo feminino de mulheres negras na manutenção das tradições da religiosidade africana em diálogo com as manifestações festivas. A Irmandade da Boa Morte e o samba de roda; Os candomblés e as mulheres do partido-alto; Sambadeiras e tocadoras na constituição e manutenção do samba de roda no Recôncavo da Bahia.

Intervenção: Discussão sobre o DOC Mulheres do Samba de Roda (Rosildo do Rosário e Luciana Barreto)

  • 3º encontro – 07 de junho de 2018

A Pequena África, como a capital feminina do samba, no Rio de Janeiro do Século XIX. As relações de gênero e poder e a participação das “Tias Baianas” na constituição do maior símbolo de identidade nacional; Tia Ciata a mãe do samba e do axé; A mulher negra antes e depois da formação das escolas de samba; A mulher no samba de São Paulo: Samba rural de Pirapora, Quituteiras, Quitandeiras, Benzedeiras e Tias Baianas Paulistas.

Intervenção: DOC Tias Baianas Paulistas Batuque Memorável (Pesquisador: Carlos Antônio Moreira Gomes – 11’).

  • 4º encontro – 21 de junho de 2018

Do primeiro samba gravado à marginalização da mulher negra: transformações e negociações no mercado da música nacional. Reflexões sobre a trajetória de sucesso no eixo Rio-SP e o lugar da cantora paulista; Tributo à Clara Nunes, Beth Carvalho, Alcione, Clementina, Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Leci Brandão.

Intervenção: Grupo Som Mulheres (SP).

Claudia Alexandre

Claudia Alexandre – é mulher negra paulista, mãe, jornalista e radialista. Graduada em Comunicação Social (FIAM-SP) possui Pós-Graduação e Mestrado em Ciência da Religião (PUC-SP). É sócia-diretora da Central de Comunicação e Eventos e apresentadora do Programa Papo de Bamba (TV Regional – Sorocaba e internet). Foi Assessora Especial da Fundação Cultural Palmares (Ministério da Cultura); Assessora de Imprensa da UESP (União das Escolas de Samba Paulistanas); Assessora de Comunicação do Museu Afro-Brasil (Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo) e Diretora de Comunicação da Prefeitura de Guarulhos (SP). Gestora em Administração de Eventos (SENAC-SP) foi docente da Faculdade HOTEC-SP (Produção de Eventos Culturais e Esportivos; e Cultura e Entretenimento). Atuou como repórter de rádio e apresentadora de TV, com atuação especial em programas voltados à cultura do samba e do carnaval, em São Paulo. Em 2014 foi comentarista dos Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo, pelo CANAL VIVA (Rede Globo). Na década de 90, alcançou reconhecido sucesso como locutora da Radio Transcontinental FM (Mogi das Cruzes – SP), a primeira emissora da cidade com programação 24 horas de samba. É autora dos livros: “Vai-Vai, Orgulho da Saracura” (Editora Bellini, 2002) e “Vivaldo de Logunedé – Um pouco do Candomblé na Baixada Santista” (SeCult Santos, 2006). Realiza pesquisas com interesse na permanência de elementos da religiosidade de matriz africana em manifestações da cultura popular, como por exemplo, nas escolas de samba.

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