Cena Musical Paulistana

Tramas Culturais
Cena Musical Paulistana dos Anos 2010

→ A “música brasileira” depois da internet

Tramas Culturais | Cena Musical Paulistana dos Anos 2010: a “música brasileira” depois da internet

Thiago Galletta

Início quinta-feira, 16/05. 4 encontros: 16/05, 06/06, 13/06, 27/06

gratuito

30 vagas por ordem de inscrição

*Imagem: divulgação; Arte: MZK (Capa do livro Cena Musical Paulistana dos anos 2010)

O curso aborda algumas das principais transformações que tem se operado na produção fonográfica brasileira na última década e meia, tendo como ponto de partida o caso da importante cena musical paulistana recente, que passa a se consolidar como um pólo criativo e produtivo proeminente, em nível nacional, ao longo da década de 2010.

Contando com artistas e bandas como Criolo, Emicida, Tulipa Ruiz, Metá Metá, Bixiga 70, Céu, Cidadão Instigado, Marcelo Jeneci, Karina Buhr, Curumim, entre muitos outros nomes.

Esta cena será escrutinada como um objeto capaz de propor elementos especialmente ricos para se pensar os novos potenciais, problemas e desafios descortinados para a música feita no país, em meio à expansão da internet e das redes sociais online.

Um olhar próximo será dedicado aos paradoxos e algumas das tensões presentes tanto no desenvolvimento desta cena paulistana, como no estabelecimento dos novos papéis e lugares – nas esferas de produção, comunicação, promoção, gestão estratégica de carreira, entre outras –, assumidos pelo artista da música na nova cadeia produtiva emergente.

Em sua conclusão, o curso irá propor uma apreciação das cenas paulistana e brasileira contemporâneas, em especial de suas parcelas “independentes”, diante da história e tradição da música popular brasileira, discutindo novidades, rupturas e continuidades presentes em suas concretizações atuais.

Para a abordagem dos temas elencados serão exibidos oportunamente, ao longo dos encontros, trechos de entrevistas gravadas com artistas, materiais audiovisuais e registros musicais da cena.

Os encontros serão divididos da seguinte maneira:

  • 1º encontro (16/05): Transformações tecnológicas digitais e a música contemporânea. Breve histórico da “produção musical independente” brasileira antes da internet. Sentidos do “independente” na história e hoje. Primeiros impactos da internet sobre a cultura musical. Os softwares P2P e a gestação de novas comunidades musicais. O salto da banda larga, Youtube, e a importância dos blogs de música. A popularização exponencial das redes sociais online e as fases e saltos de desenvolvimento da cena paulistana dos anos 2010. Do mercado de massa aos mercados de nicho. Desestabilizações na dicotomia “independente”/“mainstream”.
  • 2º encontro (06/06): A “cena paulistana” e a “música brasileira independente” dos anos 2010. Novos contextos para o “independente” em nível nacional. Declínio da centralidade do “disco físico”. Os novos festivais independentes. Políticas culturais e processos econômicos brasileiros nos últimos 20 anos. Especificidades da cena paulistana e de São Paulo para as oportunidades de desenvolvimento, sustentabilidade e repercussão de trabalhos autorais independentes. São Paulo, cultura digital e criação musical contemporânea: não-lugar e múltiplos lugares na territorialidade paulistana.
  • 3º encontro (13/06): O “novo artista da música”: criação, produção, comunicação, gestão de carreira. O artista “criador-empreendedor” na nova economia da música. O novo lugar sócio-cultural do artista da música. Tensões entre “criação” e “produção/gestão” na prática de artistas contemporâneos. Novos paradigmas de “sucesso”. Rupturas, continuidades, novos potenciais, e novos problemas no cenário emergente.
  • 4º encontro (27/06): A cena contemporânea e a história e tradição da música popular brasileira. A identidade “MPB” e a “cena paulistana” dos anos 2010. Novas relações dos artistas contemporâneos com o passado musical (referência x reverência). Cultura digital e desestabilizações dos lugares tradicionais de discursamento da “tradição musical brasileira”. Da “MPB” à “música brasileira”: rupturas e continuidades. Matrizes criativas, hierarquização da arte e gostos musicais: complexidades contemporâneas.
Público-alvo

Músicos, Pesquisadores, Produtores, Público em Geral

Thiago Galletta

Mestre e Doutorando em Sociologia Pela UNICAMP. É autor do livro “Cena musical paulistana dos anos 2010: a ‘música brasileira’ depois da internet” (Annablume Editora/FAPESP). Desenvolveu, por vários anos, projetos e atividades de docência junto ao Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Além de se dedicar às áreas de pesquisa e educação, tem atuado há mais de 15 anos no campo musical, como radialista, produtor cultural e DJ profissional, com pesquisa discográfica em vinil voltada especialmente à produção brasileira da segunda metade do século XX e início do século XXI, e a gêneros internacionalizados como soul, funk, jazz, afrobeat, entre outros. Já participou de eventos e dividiu palco com artistas da música nacional como Jorge Ben Jor, Nação Zumbi, Mundo Livre SA, Criolo, Naná Vasconcelos, Chico César, Elba Ramalho, Mariana Aydar, Dona Ivone Lara, Mart´nália, Otto, Marku Ribas, Letieres Leite, Raul de Souza, DJ Nuts, KL Jay, entre outros. Ganhador do Prêmio de Melhor Programa de Rádio Universitária Brasileiro em concurso realizado pela gravadora Trama e pela Escola Superior de Publicidade e Marketing (ESPM). Membro da Academia de Especialistas da Revista Bravo! e integrante do corpo de jurados na categoria “Melhor Disco de Música Popular” no Prêmio Bravo de Cultura (2017, 2018).

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