Tramas Culturais
Carnaval e outras festas populares: impactos, memórias e cancelamentos

Carnaval e outras festas populares: impactos, memórias e cancelamentos

Claudia Alexandre e Tiaraju D’Andrea

Quarta-feira, 18 de novembro às 17h

Gratuito ou contribuição voluntária

95 vagas por ordem de inscrição

Imagem: Divulgação

Esta conversa pretende discorrer sobre a relação entre festas populares, sociabilidade e como o impedimento delas afeta a população e os artistas que nela trabalham e que dela dependem.

O carnaval e outras festas populares historicamente expressaram formas culturais e de sociabilidade do povo brasileiro. Com a pandemia ocasionada pela Covid-19, estas festividades foram canceladas, juntamente a possibilidade do abraço e do afeto. Desse modo, se discorrerá sobre os impactos subjetivos do distanciamento nos artistas e em sua capacidade criativa e também sobre os impactos materiais ocasionados pela falta de trabalho e perda de renda.

Tanto o carnaval quanto a pandemia revelam aspectos até então escondidos da vida íntima de uma sociedade, sejam os de natureza política, econômica, religiosa, moral, entre outras. Entretanto, se uma é marcada pela confluência de agentes, corpos e intenções; a outra é principalmente caracterizada pelo distanciamento social, o que dificulta – ou move para novas práticas – os processos já estabelecidos de elaboração de festividades populares, como o próprio carnaval.

Público-alvo

Músicos, Pesquisadores, Produtores, Público em Geral

Claudia Alexandre

Jornalista, apresentadora de Rádio e TV; Sambista, mãe da Rubiah! Mestre e Doutoranda em Ciência da Religião (PUC-SP), é Ativista antirracista, pesquisa sobre mídia e racismo, expressões do Samba e afroreligiosidades, centralizando a mulher negra. Foi Assessora Especial da Fundação Cultural Palmares (Brasília-DF); Assessora de Comunicação do Museu Afro Brasil (SP); e da UESP (União das Escolas de Samba Paulistanas). Despontou na década de 90, auge do pagode, como a principal voz de uma mulher negra em rádios de São Paulo, na Transcontinental FM. .É criadora da rádio digital BR BRAZIL SHOW onde apresenta o PAPO DE BAMBA; Colunista do programa O Samba Pede Passagem (USP FM), sob o comando de Moisés da Rocha. Em 2019 e 2020 foi Comentarista de Carnaval pela Globonews SP. É integrante da Cojira (Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial SP); e dos Coletivos Acadêmicas do Samba e Mulheres do Axé do Brasil. Autora dos livros Na Fé de Vivaldo de Logunedé - Um pouco doCandomblé na Baixada Santista (Secult Santos) e Vai-Vai Orgulho da Saracura (AB Editora). Seu estudo sobre o candomblé na Escola de Samba Vai-Vai será publicado no livro Orixás no Terreiro de Samba (Editoras Aruanda e Griot). Para completar, ainda pesquisa a vida de Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata), a famosa mãe do samba.

Tiaraju Pablo D’Andrea

Professor da Unifesp no Campus Zona Leste/Instituto das Cidades. Coordenador do Centro de Estudos Periféricos. Formado em Ciências Sociais pela USP (2005), Mestre em Sociologia Urbana (2008) e Doutor em Sociologia da Cultura (2013), pela USP. No mestrado discutiu processos de remoção de favelas na região sudoeste e no doutorado pesquisou a produção cultural das periferias de São Paulo. Pós-doutor em Filosofia pela USP (2018). Realizou pesquisas etnográficas em periferias francesas, onde buscou entender a tríade ação política, produção cultural e experiência periférica. Realizou atividades acadêmicas e musicais nas universidades Katyavala Bwila e Escola Superior Pedagógica do Bengo, em Angola. Estudou na França na École des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS) e na Université Paris VIII. Possui passagens profissionais pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Entre 2006 e 2009 atuou na Usina (Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado), em contato com arquitetos e urbanistas com experiências de práticas autônomas junto aos movimentos populares. Foi técnico social no mutirão Paulo Freire, em Cidade Tiradentes e atuou nas favelas do Jardim Panorama e do Real Parque. Em paralelo a essas atividades, organizou batucadas populares junto a diversos movimentos sociais. Auxiliou na construção do Movimento Cultural das Periferias (MCP). É também músico, com dois CDs gravados: “Capacetes Coloridos” (2007) e “Latinoamerisamba” (2015).

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