Palestra | Artes indígenas: paralelos entre Austrália e Brasil
Ilana Seltzer Goldstein
Sábado, 29 de maio, das 11h às 13h
Gratuito ou contribuição voluntária
95 vagas por ordem de inscrição
Plataforma Zoom
Mural pintado pelo coletivo Huni Kuin MAHKU dentro do MAM-SP, em 2017. Foto de Ilana Goldstein, 2017. Acervo pessoal.
A palestra apresentará, de modo panorâmico e introdutório, os contrastes entre Brasil e Austrália quando o assunto é a arte indígena.
As artes indígenas, diversas e fascinantes, são ainda pouco conhecidas no Brasil. Na Austrália, sua valorização e institucionalização vêm ocorrendo, gradualmente, desde os anos 1970, graças a uma rede de apoio que abrange de órgãos públicos a cooperativas de artistas, de prêmios a feiras.
A arte aborígene australiana ancora-se em práticas e valores tradicionais, e, ao mesmo tempo, está plenamente inserida nas instituições museológicas e no mercado de arte. Isso foi possível graças a uma convergência de fatores, entre os quais a criação de políticas públicas para fomentar a produção artística indígena e o desejo dos próprios aborígenes de registrar suas histórias por meio das artes visuais e de obter mais visibilidade diante da sociedade nacional.
O cenário australiano oferece um contraste interessante para se pensar sobre o contexto brasileiro. As formas expressivas indígenas “tradicionais” existentes no Brasil são complexas e sofisticadas. Porém, sempre foram pouco valorizadas pelo sistema das artes e classificadas como “artesanato”. Na última década, observa-se a emergência de artistas indígenas que, também aqui, começam a conquistar espaços em exposições de arte e outros eventos culturais, o que se traduz no florescimento de lives durante a pandemia, curadorias feitas por indígenas e publicações.
A palestra, realizada no âmbito do projeto Digitalização da Coleção Ema Klabin, pretende apresentar ambos os cenários – australiano e brasileiro – a fim de contribuir ampliar os horizontes estéticos e críticos dos participantes.
Pesquisadores, educadores, estudantes, artistas e interessados em geral.
Ilana Seltzer Goldstein
Ilana Seltzer Goldstein é mestre em Antropologia Social pela USP (1998), mestre em Mediação Cultural pela Universidade Paris 3, Sorbonne Nouvelle (2001) e doutora em Antropologia Social pela Unicamp (2012). Foi docente e coordenadora do MBA em Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas (2008 – 2014) e, desde então, é professora do Departamento de História da Arte e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Unifesp. É também co-coordenadora da Cátedra Kaapora, voltada aos diálogos da universidade com conhecedores e conhecimentos não-hegemônicos (Anti)Cátedra: olhar dos povos originários na Unifesp - Outras Palavras). Paralelamente à carreira acadêmica, tem atuado em projetos junto a diversas organizações, como SESC-SP, SESCOOP-SP, SENAC- SP, Itaú Cultural, Fórum Permanente de Museus, Ministério da Cultura, Secretaria Estadual de Cultura, Editora Companhia das Letras e Base 7 Projetos Culturais. Nos últimos anos, participou da concepção de duas exposições: “O tempo dos sonhos: arte aborígene contemporânea da Austrália” (Caixa Cultural, 2016 a 2018) e P.O.R.T.O.S. (Sesc Santos, 2021). Dentre suas publicações recentes, destaca-se o artigo ``Da 'representação das sobras' à 'reantropofagia': povos indígenas e arte contemporânea no Brasil``