Salão

Planejado para receber muitos convidados, o Salão apresenta uma decoração com cores quentes, orientada pelas cores da tela O triunfo de Baco e Ariadne, disposta sobre a lareira, que se repetem nos tons dos tecidos e carpete, no grande tapete Ersari, originário do Afeganistão, e na tapeçaria Floresta com pássaro (França, séc. XVIII), criando um espaço acolhedor, especialmente à noite, com a iluminação do grande lustre francês em bronze (séc. XIX), originalmente produzido para funcionamento a gás.
Este ambiente festivo dá continuidade à coleção de pinturas da galeria, com obras das escolas holandesa e italiana, e à decoração da sala de jantar, com as duas grandes colunas de Mestre Valentim, que emolduram a porta do jardim, bem como a coleção de porcelanas chinesas de exportação, dispostas no armário chinês em laca (séc. XIX), contendo exemplares dos serviços trazidos ao Brasil por D. João VI em 1808.
Aqui estão reunidos alguns dos objetos de maior raridade e valor da coleção, como o conjunto de bronzes arcaicos chineses, dispostos atrás do sofá. Entre eles encontra-se a peça mais antiga da coleção: uma taça jue, utilizada para aquecimento de vinho ritual, que foi criada durante a dinastia Shang, no século XIV a.C.

Ao longo de sua vida, Ema reuniu uma grande coleção de prataria europeia antiga, com mais de duzentas peças, originalmente dispostas sobre diversos móveis da casa. Uma pequena amostra dessas peças hoje encontra-se reunida em um dos nichos laterais do salão, contemplando peças de uso cerimonial e religioso originárias da Inglaterra, Alemanha, Rússia, Suécia e França. Ao lado desse nicho, sobre uma cômoda-escrivaninha pintada com personagens teatrais (Itália, séc. XVIII), temos uma das últimas pinturas adquiridas pela colecionadora: a tela Paisagem com árvores ao vento, do pintor expressionista russo Chaïm Soutine.
No outro nicho lateral estão reunidas algumas cerâmicas gregas que, apesar de serem hoje identificadas como cópias posteriores, revelam o interesse da colecionadora pela antiguidade clássica. Ao seu lado, sobre uma pequena cômoda-farinheira (Itália, séc. XVII), encontramos um conjunto de cerâmicas maiólicas italianas do século XVI, originárias de Urbino.
Em meio a toda essa confluência de épocas, estilos e tipologias de peças de coleção, é necessário recordar que este salão foi criado como um espaço de encontro e diversão. Na passagem para a sala de música originalmente havia uma mesa de jogos, na qual Ema e seus amigos às vezes entravam pela noite em animadas partidas de bridge.