Sala de Música

Quase todos os projetos para a nova casa incluíam um espaço reservado à música – uma das grandes paixões de Ema –, onde ela pudesse acomodar o piano francês Érard, comprado por seu pai em 1912. No mesmo estilo Luís XV do piano, o relógio de piso francês, com maquinário de Jacques Jerôme Gudin (1732–1789), é outra peça importante. De funcionamento preciso, esse tipo de relógio se popularizou no século XVIII nas casas abastadas, onde seu toque sonoro servia para ajustar os outros relógios da casa.
As duas importantes pinturas de Marc Chagall (1887–1985) foram compradas somente nos anos 1970, e a escolha desta sala para a sua disposição pode ter sido uma referência à Ópera de Paris, cujo teto foi pintado pelo artista em 1963. Sua aquisição indica os novos rumos que Ema adotou para a coleção no final de sua vida, quando tomou a decisão de transformar sua casa em museu.
Os painéis otomanos do século XVIII que revestem o ambiente são originários de Damasco, na Síria, e cumprem o papel de melhorar a acústica e projetar o som para o salão ao lado. A decoração conta ainda com duas esculturas religiosas chinesas da dinastia Ming (séc. XVII), um vaso de porcelana celadon (China, séc. XX) e um pé de trono em forma do animal mítico Gajasimha, em marfim esculpido e policromado (Índia, séc. XVI).