XVI Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas
XVI Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas
O poder da memória e a força do esquecimento
Presencial e online
qua, 28 jun 2023
10h às 19h
10h abertura (apenas online) - Os desafios dos museus na atualidade: entre a preservação, a sustentabilidade e a comunicação do patrimônio cultural
14h abertura - Cerimonial de abertura e homenagem a Ana Cristina Carvalho
Mesa de abertura: Uma nova definição para as casas museus?
15h30 mesa-redonda 1 - O papel de arquivos e bibliotecas na construção da memória
17h30 mesa-redonda 2 - Todas as formas de morar
qui, 29 jun 2023
10h às 19h
10h mesa-redonda 3 (apenas online) - Casas de escritores: memória e esquecimento
14h mesa-redonda 4 - Ações de museologia e conservação
15h30 mesa-redonda 5 - A narrativa das coleções museológicas: entre a materialidade e a imaterialidade
17h30 mesa de encerramento - Patrimônio nacional e o 8 de janeiro
Imagem: Galeria da Casa Museu Ema Klabin, foto de Nelson Kon
XVI Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas
Tema: O poder da memória e a força do esquecimento
“A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria ou pesar, cada vez daquela que hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. […] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data.” (Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956, p. 99)
Tomando como ponto de partida a nova definição de museu estabelecida pelo ICOM, este XVI Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas propõe uma ampla discussão sobre memória e o patrimônio material e imaterial preservado pelas diversas tipologias de museus-casas. Desta vez organizado pela Casa Museu Ema Klabin, o encontro buscará reavaliar as narrativas e as formas de comunicação com o público, bem como as lembranças e esquecimentos que estão na própria definição do que é patrimônio.
O encontro será realizado em dois dias, composto por duas palestras (abertura e encerramento) e cinco mesas-redondas com a participação de profissionais de diversos museus brasileiros.
Embora voltado a questões específicas da situação de museus brasileiros, o encontro também se alinha à proposta do DEMHIST para a conferência a ser realizada em outubro, em Belgrado, Sérvia, com o tema Remembrances of Things Lost.
O Encontro conta com o apoio do DEMHIST-ICOM, Comitê de Casas Históricas do Conselho Internacional de Museus, e da Poiesis – Casa Guilherme de Almeida, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, e com o apoio institucional da ACAM Portinari – Museu Casa de Portinari, do Icom Brasil e do Condephaat.
10h abertura (apenas online)
Os desafios dos museus na atualidade: entre a preservação, a sustentabilidade e a comunicação do patrimônio cultural
António Ponte, ICOM Portugal, DEMHIST
Paulo Costa, Casa Museu Ema Klabin
Os Museus são hoje instituições complexas, onde as atividades de cariz museológico se fundem com princípios como a inclusão, integração social e sustentabilidade. A instituição museal não é uma entidade isenta, nem se deve posicionar como uma ilha. Aos museus cabe também olhar em redor e procurar contribuir de forma ativa para as discussões que a sociedade contemporânea convoca, assumindo-se como locais de mediação, transformação, participação pública e responsabilidade social. No espaço museológico para além de apreciar o belo o visitante pode também ser confrontado com objetos artísticos que suscitem a reflexão e a inquietação.
António Ponte, ICOM Portugal, DEMHIST
António Ponte é doutor em Museologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2014), com especializações em Gestão Pública (FORGEP, 2010, e INA, 2015). Dirige, desde 2021, o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto. Publicou vários artigos sobre museologia e patrimônio em revistas nacionais e estrangeiras. Pertenceu a diversos órgãos territoriais e conselhos gerais de variadas organizações. É Professor Assistente Convidado da Escola Superior de Hotelaria e Turismo – Instituto Politécnico do Porto desde 2017 e da Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico do Porto desde 2015, além de Professor Afiliado da Faculdade de Lestras da UPorto desde 2015.
Paulo Costa, Casa Museu Ema Klabin
Paulo Costa é arquiteto graduado pela FAU-USP e mestre em História da Arte pela ECA-USP. Desde 1997, é curador da Casa Museu Ema Klabin. Em 2000, foi bolsista da Lampadia Foundation para estágio de pesquisa na National Gallery of Art, Washington D.C. Em 2004, foi curador da exposição Universos Sensíveis: As coleções de Eva e Ema Klabin, realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Em 2007, publicou Sinfonia de Objetos: A coleção de Ema Klabin, pela editora Iluminuras. Integra, desde 2008, o comitê responsável pela realização dos Encontros Brasileiros de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas.
14h abertura
Uma nova definição para as casas museus?
Bruno Brulon, ICOFOM
Renata Motta, IDBrasil
mediador Paulo Costa, Curador Casa Museu Ema Klabin
A apresentação aborda o processo global de (re)definição de museu implementado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) entre 2020 e 2022. Considera alguns dos aspectos constitutivos da atual definição, aprovada em agosto de 2022, refletindo sobre a especificidade das casas museus e sua potencialidade diante das transformações do presente. Propõe pensar as funções basilares dos museus, segundo a pesquisa implementada, para considerar à realidade das casas museus no Brasil, considerando as demandas sociais e desafios da atualidade. – Bruno Brulon
Alguns pontos de reflexão para os museus-casas à luz da nova definição de museu – Renata Motta
A Nova Definição de Museu, aprovada em 2022 pelo Conselho Internacional de Museus, é resultado de um longo e amplo processo de construção colaborativa que envolveu profissionais de todo o mundo. A elaboração da Nova Definição de Museu durou vários meses e incluiu diversas etapas colaborativas, em que a comunidade museal pode enviar sugestões, comentários e opinar sobre as alternativas propostas. Assim, além do que está expresso na redação final, o processo possibilitou a coleta de temas e palavras-chaves que são relevantes para os museus hoje e devem ser pontos também de reflexão para a tipologia de museus-casas. Palavras que constam da Nova Definição como inclusão, diversidade, sustentabilidade, participação, mas também – antirracista, decolonial, experiência, futuros – que foram apontadas pela comunidade museal brasileira no processo, são chaves para nossa reflexão.
Bruno Brulon, Universidade de St Andrews, ICOM Define
Bruno Brulon Soares é museólogo e antropólogo, professor na Universidade de St Andrews, na Escócia, e na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), no Brasil. Entre 2019 e 2022, foi Presidente do Comitê Internacional para a Museologia (ICOFOM) e é presidente do Comitê Permanente para a Definição de Museu do Conselho Internacional de Museus (ICOM). Possui diversas publicações com enfoque na história dos museus e da museologia, em museologias experimentais e nos usos políticos dos museus e do patrimônio.
Renata Motta, IDBrasil
Renata Motta é doutora em Arquitetura e Urbanismo (USP) e Especialista em Gestão Pública (Centro de Liderança Pública). Foi professora da Escola da Cidade e professora convidada da pós-graduação Crítica e Curadoria da PUC-SP. Atuou na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, como Diretora Técnica do Sistema Estadual de Museus (SISEM SP) e como Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM). Foi Assessora Técnica da Reitoria da USP para a área de museus e coleções, atuando no projeto do restauro do Museu do Ipiranga. Foi presidente do ICOM Brasil (2018-2023). Desde 2020, é Diretora Executiva da organização social de cultura IDBrasil, responsável pela gestão do Museu do Futebol e do Museu da Língua Portuguesa.
mediação: Paulo Costa, Casa Museu Ema Klabin
Paulo Costa é arquiteto graduado pela FAU-USP e mestre em História da Arte pela ECA-USP. Desde 1997, é curador da Casa Museu Ema Klabin. Em 2000, foi bolsista da Lampadia Foundation para estágio de pesquisa na National Gallery of Art, Washington D.C. Em 2004, foi curador da exposição Universos Sensíveis: As coleções de Eva e Ema Klabin, realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Em 2007, publicou Sinfonia de Objetos: A coleção de Ema Klabin, pela editora Iluminuras. Integra, desde 2008, o comitê responsável pela realização dos Encontros Brasileiros de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas.
15h30 mesa-redonda 1
O papel de arquivos e bibliotecas na construção da memória
Eugenia Gorini Esmeraldo, Instituto Bardi, Casa de Vidro
Marcelo Tápia, Casa das Rosas, Casa Guilherme de Almeida e Casa Mário de Andrade
Linda Derviche Blaj, Museu Judaico de São Paulo
mediação: Marilia Bonas
Arquivos e memória – Eugênia Gorini Esmeraldo
A maioria das atividades que desempenhamos no nosso cotidiano, sobretudo na área cultural, depende dos arquivos. Nossa mente funciona como um arquivo – compartimenta tudo no cérebro e recorremos às nossas lembranças para executar tudo que precisamos. Já nesta afirmação aparecem as lembranças, ou seja, a memória. Os registros ali estão. É um fato tão corriqueiro que não nos damos conta disso. Imagine escrever um artigo, catalogar uma peça, fazer um relatório sem recorrer a alguma anotação ou registro. O mesmo acontece nos arquivos históricos físicos – eles são a nossa memória, recolhem o que escrevemos, registramos, colocam nas pastas, compartimentos, armários, salas ou o que for e, mais do que tudo, os protegem, cuidam e guardam. Para quê? Simples: para quando precisarmos estarem à nossa disposição, sempre que precisamos. O que seria de nós e nossas histórias, memórias sem os arquivos? Um depende do outro, como nós. Vamos falar um pouco sobre isso.
Acervos bibliográfico e arquivístico como elos entre preservação e produção de memória – Marcelo Tápia
A apresentação discutirá a ideia de que acervos arquivísticos e bibliográficos de museus-casas não são apenas depósitos do passado, mas canais de comunicação entre história e vivência: as possíveis releituras do legado que os integra permitem seu redimensionamento num ambiente social em constante transformação.
História, memória e comunidade: acervo do Museu Judaico de São Paulo – Linda Derviche Blaj
Como ponto de partida do encontro será apresentada a formação do acervo do Museu Judaico de São Paulo (MUJ), que narra a construção de uma memória comunitária. O MUJ, que abriu suas portas há um ano e meio, nasce com o desafio de trançar o passado com questões contemporâneas. E, em suas ações de difusão do arquivo e da biblioteca, traz o diálogo do passado em uma cocriação com o presente.
Simultaneamente, busca a constituição da memória do futuro na escrita da nova política de acervo.
Eugenia Gorini Esmeraldo, Instituto Bardi, Casa de Vidro
Eugênia Gorini Esmeraldo formada em jornalismo e Museologia, Doutora em História da Arte – Unicamp. Foi assistente de 1979 a 1992 de Pietro Maria Bardi, fundador da Instituição e diretor até 1990. Realizou várias curadorias no MASP, onde trabalhou até 2017, sempre abordando a coleção do museu. Além disso, como coordenadora de Intercâmbio, organizou os empréstimos de obras para museus estrangeiros e brasileiros. Traduziu para português o livro/biografia de Pietro Maria Bardi, de autoria de Francesco Tentori. Tem artigos publicados em livros e revistas. Desde 1992, participa do Conselho do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, cuja sede é a Casa de Vidro, ex-residência do casal Bardi, no Morumbi. Desde 2009 é associada-fundadora da “São Paulo Companhia de Dança” e atualmente é membro do Conselho de Administração.
Marcelo Tápia, Casa das Rosas, Casa Guilherme de Almeida e Casa Mário de Andrade
Marcelo Tápia é escritor e tradutor, com diversos livros publicados. Graduado em Letras (Português e Grego), é doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela FFLCH-USP, onde concluiu também pós-doutorado em Letras Clássicas. É professor pleno do Programa de Pós-Graduação em Letras Estrangeiras e Tradução (LETRA), da mesma universidade. Dedicado a pesquisa e estudos sobre museus-casas, dirige a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, a Casa Guilherme de Almeida e a Casa Mário de Andrade, instituições da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Poiesis – Organização Social de Cultura.
Linda Derviche Blaj, Museu Judaico de São Paulo
Linda Derviche Blaj é gerente de projeto do Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo. Professora de pós-graduação do curso de expansão cultural em Psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae. Foi diretora da Educação Infantil do Colégio I.L. Peretz. Curadora da exposição itinerante Brasileiros em Israel e pesquisadora da exposição Mulheres no acervo do Museu Judaico de São Paulo. Voluntária no projeto contra violência doméstica da Federação Israelita de S.P. Formação em MBA em Gestão em Museus pela Faculdade Cândido Mendes, Mestrado em Letras pela Faculdade de Letras USP, Pós-graduação em Psicopedagogia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Bacharel em Desenho industrial e Especialização em Educação Infantil.
mediação: Marília Bonas, Museu do Futebol e Museu da Língua Portuguesa
Marília Bonas graduada em História pela PUC-SP, especialista em museus pelo MAE-USP e mestre em Museologia Social pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa. Atualmente é diretora técnica do Museu do Futebol e do Museu da Língua Portuguesa, professora da especialização em Museologia, Educação e Cultura da PUC-SP e membro do Comitê Executivo do Conselho Internacional de Museus.
17h30 mesa-redonda 2
Todas as formas de morar
Carla Zulu, Museu das Favelas
Clarice Pankararu, Museu das Culturas Indígenas
Luciana de Carvalho, ICOM Brasil, Rede Museologia Kilombola
Mariana Rolim, UPPH, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
mediação Angelica Fabbri, ACAM Portinari
Palácio dos Campos Elíseos – a dicotomia entre a elite cafeicultora e um Museu das Favelas – Carla Zulu
O Palácio dos Campos Elíseos, uma construção histórica e imponente, remete a uma época em que a riqueza e o poder estavam concentrados nas mãos de uma elite dominante, muitas vezes ligada à indústria cafeeira. Ao escolher esse local para sediar o Museu das Favelas, há uma clara intenção de provocar um contraste entre o passado e o presente, entre os privilégios do passado e as lutas atuais por igualdade e justiça social. O Museu das Favelas, em sua essência, busca desconstruir estereótipos e preconceitos associados às comunidades de favelas. Ao trazer essas temáticas antirracistas e disruptivas para dentro de um antigo palácio, há um confronto direto com a história de desigualdade e exclusão que permeou o Brasil por muitos anos. Essa condição díspar cria um ambiente propício para a reflexão sobre as estruturas sociais que perpetuaram o racismo e o abandono das comunidades marginalizadas.
Desafios territoriais, lutas por direitos dos Indígenas em contexto urbano – Clarice Pankararu
Os indígenas no contexto urbano, especificamente povo Pankararu, que mora no bairro do Real Parque, Morumbi. Uma apresentação rápida do Povo Pankararu, quem são eles? Onde vivem? E como se deu processo migratório de Pernambuco para são Paulo, conta um pouco sobre a realidade do indígena que mora em comunidade em apartamentos e em barracos de madeiras sem saneamento básico, para finalizar falando da importância do museu em nossas vidas, pensando na visibilidade dos povos indígenas, hoje ter um espaço onde podemos ser ouvidos.
Sobre morar e todas as formas de musear – Luciana Menezes de Carvalho
A Modernidade apresenta o indivíduo não apenas como objeto de estudo (como Foucault, de alguma forma, abordaria) porém também o constrói, principalmente por meio de mudanças que ele mesmo provoca nos processos de moradia. Portanto, a moradia se transforma – e se torna particular – na interface da construção do indivíduo e na sua forma de viver e experimentar o mundo. Ainda, no âmbito da Modernidade, uma forma tradicional de ser museu reitera um modelo de sociedade hegemônica. Assim, como há uma forma de morar que representa a burguesia, há uma forma de museu que também representa esse estamento da sociedade. Considerando esta breve introdução, minha fala se estrutura da seguinte maneira: 1) apresentar, brevemente, como a Modernidade vai constituir uma forma de morar e de fazer museu que serão hegemônicas; 2) reivindicações por representatividade que vão mudar a forma de fazer museu e de, portanto, reconhecer outras formas de habitar esse mundo; e 3) considerações que reiteram a diversidade de habitar e de musear.
Políticas públicas para a preservação das formas de morar – Mariana de Souza Rolim
Desde o século 19, o conceito sobre o que é patrimônio cultural se alargou. Nesse contexto, a preservação das formas de morar deixou os grandes palácios para considerar – e preservar – diferentes formas de morar. Qual foi o papel dos órgãos de preservação nesse movimento? E quais políticas públicas de preservação podem dar conta de registrar a constante evolução das formas de morar, em diversos aspectos e em diferentes sociedades? A proposta aqui será discutir historicamente tais ações e debater os desafios atuais de sua preservação.
Carla Zulu, Museu das Favelas
Carla Zulu é mulher negra, ativista e Gestora Pública de formação, pós-graduanda em gestão e inovação de Museus. Atua na área cultural há mais de 20 anos. Foi Coordenadora de Políticas para Juventude da Cidade de São Paulo. Atualmente faz parte do corpo diretivo da Zulu Nation Brasil, entidade reconhecida em vários países por disseminar a cultura Hip Hop no Brasil, tem a maior parte de atuação dentro da máquina governamental, seja nas esferas municipais, estaduais ou federais. Atuou como Coordenadora do Centro de Referência em Promoção de Igualdade Racial, pela Secretaria de Direitos Humanos na cidade de São Paulo. Atualmente atua como Coordenadora de Relações institucionais no Museu das Favelas, sendo responsável pela gestão do Centro de Empreendedorismo e nomeada como porta-voz do Museu.
Clarice Pankararu, Museu das Culturas Indígenas
Clarice Pankararu, nascida na aldeia Pankararu Brejos dos Padres, em Pernambuco, é formada em Serviço Social pela PUC-SP e atua como Supervisora no Museu das Culturas Indígenas, em São Paulo, SP. Presidente da Associação Indígena SOS Comunidade Indígena Pankararu.
Luciana de Carvalho, ICOM Brasil, Rede Museologia Kilombola
Luciana Menezes de Carvalho doutora e mestre em Museologia e Patrimônio pelo PPG-PMUS UNIRIO/MAST, com graduação em Museologia pela UNIRIO (2006). Museóloga da Escola de Museologia da UNIRIO, atuou como diretora (2011-2021) e museóloga (2008-2021) do Museu da Memória e Patrimônio da Universidade Federal de Alfenas – MMP-UNIFAL-MG. Presidenta do Subcomitê Regional do ICOFOM para América Latina e Caribe – ICOFOM LAC e Membro do Board do Comitê Internacional do ICOM para a Museologia – ICOFOM. Diretora Geral do ICOM Brasil e membro da Rede Museologia Kilombola.
Mariana Rolim, UPPH, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
Mariana de Souza Rolim arquiteta e urbanista, doutora em Arquitetura e Urbanismo, com pesquisa em cooperação para a preservação do Patrimônio Cultural, com foco em sítios do Patrimônio Mundial.Atualmente coordena a Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo, e também ocupa o cargo de Vice-Presidente do CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado. Desde 2019 é sócia da ICOMOS Brasil. Seu campo de atuação, como pesquisadora e professora, é a área de gestão e preservação do Patrimônio Cultural e políticas públicas relacionadas.”
mediação: Angelica Fabbri, ACAM Portinari, Museu Casa de Portinari
Angelica Fabbri Museóloga, Pós-Graduada em Museologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), MBA em Bens Culturais: Cultura, Economia e Gestão pela FGV-SP, Especialista em Arte Educação e Museu pela ECA-USP. Presidente do COREM 4R em 2005 e 2006, Vice-Presidente em 2009 e 2010. Filiada ao ICOM desde 1986 e atualmente é membro do Conselho Fiscal do ICOM Brasil. Atua na área museológica desde 1984, ininterruptamente, até a presente data. Desde 2009, está Diretora Executiva da ACAM Portinari, organização social de cultura gestora do Museu Casa de Portinari em Brodowski, do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre em Tupã, do Museu das Culturas Indígenas em São Paulo e do Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro em Campos do Jordão e nas ações de apoio ao SISEM SP.
10h mesa-redonda 3 (apenas online)
Casas de escritores: memória e esquecimento
Clóvis Carvalho Britto, Curso de Museologia da Faculdade de Ciência da Informação – UnB
Ana Cláudia Rôla, Museu Casa de Alphonsus de Guimaraens
Maria João Amado, Casa do Rio Vermelho – Jorge Amado e Zélia Gattai
mediação Ivanei da Silva, Poiesis
Museus-Casas Literários e os esconderijos do tempo: desafios de uma gramática expositiva – Clóvis Carvalho Britto
A literatura em exposição: Alphonsus de Guimaraens poeta do luar – Ana Cláudia Rôla
Uma casa de memórias – Maria João Amado
14h mesa-redonda 4
Ações de museologia e conservação
Manon Salles, autora de Museologia da Moda – Acervos e coleções no Brasil
Aline Bougleux, Casa da Hera
Francis Melvin Lee, Coleção Ivani e Jorge Yunes
mediação Pollynne Santana, museóloga
Roupas, memórias afetivas e seu esquecimento enquanto coleção – Manon Salles
Serão abordadas as dificuldades existentes na conservação de vestimentas e objetos têxteis, documentos históricos nos museus-casas, relacionadas a fatores arquitetônicos, expográficos e de formação de coleções.
Museu Casa da Hera e Seus Discursos – Aline Bougleux
Apresentação conta o histórico da família, detalha os espaços do museu, mostra uma parte do acervo, apresenta um pouco da personalidade de Eufrásia Teixeira Leite para enfim apresentar um último personagem do nosso espaço. A figura de Manoel Rabello, que foi o responsável por manter a casa preservada. O tema “O poder da memória e a força do esquecimento” será abordado falando dos discursos antigos no caso de Eufrásia e do que vem sendo inserido que é do Manoel.
Sobre qual discurso escolhemos e porque escolhemos.
Coleção Ivani e Jorge Yunes: o acervo como memória para ser compartilhada – Francis Melvin Lee
A Coleção Ivani e Jorge Yunes compartilha com a Casa Museu Ema Klabin não somente o mesmo quarteirão geográfico, mas também aspectos da história do bairro paulistano do Jardim América, o parentesco dos proprietários originais dos terrenos, as características próprias de casas museus e, principalmente, as similaridades entre seus acervos. Através de suas coleções, ambas registram parte da história do colecionismo paulista a partir da segunda metade do século XX. No entanto, um acervo, assim como a memória, só se completa quando se expande no tempo, no espaço e na sociedade. É com esse propósito que a Coleção Ivani e Jorge Yunes cataloga, conserva e se comunica com o contemporâneo, buscando construir através de diálogos e parcerias.
Manon Salles, Dra. ECA USP/ Mestranda PPGMUS UNIRIO
Manon Salles é doutora em Artes e mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP. Graduada em artes plásticas, com curso de especialização em Moda. Mestranda em Museologia no PPMUS-UniRio. Idealizadora e coordenadora do seminário Moda: uma abordagem museológica, realizado desde 2018 através da Escola de Museologia da UniRio em parceria com a EBA-UFRJ e da Fundação Casa de Rui Barbosa. Foi responsável pela documentação e conservação dos acervos têxtil/moda no Instituto Zuzu Angel (2016-2019), entre outros. Professora universitária nas áreas de moda, arte e documentação/conservação de acervos de trajes. Autora e organizadora do livro Museologia da Moda – Acervos e Coleções no Brasil (2023).
Aline Bougleux, Casa da Hera
Aline Bougleux é museóloga graduada pela UNIRIO. Está à frente da coleção do Museu Casa da Hera há 12 anos. Desde então, vem se aprofundando na coleção de indumentária existente na casa, tendo concluído cursos de especialização na área de conservação para melhorar os cuidados com o acervo.
Francis Melvin Lee, Coleção Ivani e Jorge Yunes
Francis Melvin Lee é graduada pela FAU-USP (1991) e mestre em História Social pela FFLCH-USP (2014). Sua tese de mestrado foi condensada na exposição Imagens para uma nação: O início da gravura no Brasil, apresentada na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2017. Há mais de trinta anos trabalha na área museológica como gestora de coleções visitáveis paulistas que conservam acervos artísticos, bibliográficos e arquivísticos ligados ao Brasil do século XIX. É diretora de acervo da Coleção Ivani e Jorge Yunes e superintendente técnica do Instituto Hercule Florence. Desde 2021 cursa o Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo, desenvolvendo atividades e pesquisas no campo das Ciências do Patrimônio.
mediação Pollynne Santana, museóloga
15h30 mesa-redonda 5
A narrativa das coleções museológicas: entre a materialidade e a imaterialidade
Mario Chagas, Museu da República
Aparecida Marina de Souza Rangel, Fundação Casa de Rui Barbosa
Paulo Garcez, Museu Paulista
mediação Maria Cristina Oliveira Bruno, Museu de Arqueologia e Etnologia – USP
O Palácio do Catete-Museu da República e seu engajamento na luta antirracista e na reparação histórica em relação às religiões de matriz afrobrasileira – Mario Chagas
A singularidade da documentação museológica de um museu-casa – Aparecida Marina de Souza Rangel
A apresentação terá como objetivo discutir a documentação museológica de um museu-casa que, em muitos casos, não reflete a singularidade desta tipologia. A partir desta premissa é desenvolvido o projeto Catalogação dos cômodos-objetos do Museu Casa de Rui Barbosa, pesquisa aplicada cuja proposta e resultados serão compartilhados.
Espaços domésticos como espaços de trabalho: narrativas de presença e omissão – Paulo Garcez
O processo de musealização de espaços domésticos no Brasil insere-se em uma cadeia ampla de ações patrimoniais em que a memória do trabalho padece de invisibilidade. Tanto no tratamento museal de espaços domésticos urbanos quanto rurais, a opacidade dos agentes ligados ao trabalho é dado tradicional, quando não se suprime a possibilidade de identificação e acesso até de cômodos mais evidentemente ligados ao tema, como cozinhas, lavanderias e depósitos. Procura-se oferecer perspectivas contrastivas a essas práticas de apagamento, que devem, inclusive, alcançar a musealização do conjunto dos espaços de viver.
Mario Chagas, Museu da República
Mario Chagas Poeta, diretor do Museu da República/Ibram, professor do PPGPMUS e da Escola de Museologia da Unirio; professor convidado do PPGMUSEO da UFBA e do Departamento de Museologia da ULHT. Presidente do MINOM.
Aparecida Marina de Souza Rangel, Museu Casa de Rui Barbosa
Aparecida Rangel Bacharel em Museologia, mestre em Memória Social e Doutora em Ciências Sociais. Desde 2002 é museóloga do Museu Casa de Rui Barbosa. Docente do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos, da Fundação Casa de Rui Barbosa, e líder do Grupo de Pesquisa Perspectivas conceituais, memória e preservação em museus-casas, inscrito no diretório de pesquisas do CNPq.
Paulo Garcez, Museu Paulista
Paulo César Garcez Marins Historiador, Doutor em História Social e Livre-Docente pela USP, docente do Museu Paulista e dos Programas de Pós-Graduação em Museologia e em Arquitetura e Urbanismo da USP. É, atualmente, Chefe da Divisão de Acervo e Curadoria do Museu Paulista. É autor, entre outros trabalhos, de “Habitação e vizinhança – limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras”. In: História da vida privada no Brasil, v. 3; “Um sobrado como mediação: Ana Rosa de Araújo entre a reclusão e a vida social”, In: Domesticidade, gênero e cultura material; e “Vida cotidiana entre os paulistas: moradias, alimentação, indumentária. In: Terra paulista: histórias, arte, costumes.
mediação Maria Cristina Oliveira Bruno, Museu de Arqueologia e Etnologia – USP
Maria Cristina Oliveira Bruno Museóloga, Professora Titular em Museologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde foi diretora de 2014 a 2018. Atualmente é Decana do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da USP, ministrando disciplinas e orientando trabalhos acadêmicos sobre teoria museológica e planejamento de museus.
17h30 mesa de encerramento
Patrimônio nacional e o 8 de janeiro
Thiago Perpétuo, Superintendente do IPHAN no Distrito Federal
Marcelo Sá de Sousa, Museu da Câmara dos Deputados
mediação Ruth Levy, Casa Museu Eva Klabin
O poder da memória e a força do esquecimento – Thiago Perpétuo
Os ataques de 8 de janeiro se constituem como uma malfadada tentativa de golpe de estado, controlada no mesmo dia, mas que logrou destruir parte dos acervos e dos edifícios-sedes dos Três Poderes da República – palácios públicos de autoria de Oscar Niemeyer e tombados pelo Iphan como patrimônio cultural brasileiro. Evento assombroso para a memória coletiva nacional, é associado a um contexto de desmonte de instituições voltadas para a cultura, bem como às tentativas de revisionismo histórico efetuadas por figuras centrais da alta administração do governo anterior, a quem os vândalos desejavam perpetuar no poder. Em que pese o evidente distanciamento da realidade demonstrado pelos criminosos, ainda paira o fundamental questionamento do porquê, ao buscar atingir a Democracia, foram escolhidos como alvos elementos do patrimônio histórico brasileiro. A presente fala buscará evidenciar a incapacidade de os criminosos se relacionarem com o patrimônio cultural, que a eles também pertence, e apontará quais foram os elementos impactados. Abordará também a pronta resposta dada pelas instituições no enfrentamento à destruição, na reconstituição de espaços, na restauração de peças, e fundamentalmente, na disputa da memória contra o esquecimento, representada pela proposição de um Memorial à Democracia, pelo Ministério da Cultura recém recriado.
O acervo da Câmara dos Deputados e o 8 de janeiro – Marcelo Sá de Sousa
O Palácio do Congresso Nacional foi invadido no dia 8 de janeiro de 2023. Sede da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o Palácio foi depredado e teve parte de seu patrimônio cultural danificado, incluindo peças do acervo do Museu da Câmara que estavam expostas e servem de ambientação nos principais salões da Instituição. A apresentação aborda como é estruturado o trabalho das áreas de Preservação e de Museu na Câmara, relatando os impactos do evento do dia 8 e o processo imediato de recuperação do acervo, expondo suas ações de salvaguarda e emergência.
Thiago Perpétuo, Superintendente do IPHAN no Distrito Federal
Thiago Perpétuo, bacharel em História pela Universidade de Brasília-UnB e mestrado em preservação do patrimônio cultural pelo programa de mestrado profissional do IPHAN, com a dissertação intitulada: “Uma cidade construída em seu processo de patrimonialização: modos de narrar, ler e preservar Brasília”. Organizou, em parceria com colegas do Instituto, os livros: “Patrimônio em transformação: atualidades e permanências na preservação de bens culturais em Brasília” e “GT-Brasília: memórias da preservação do patrimônio cultural do Distrito Federal”, e é autor de artigos referentes à preservação da Capital da República enquanto patrimônio cultural. É servidor de carreira do IPHAN, onde atua como superintendente no Distrito Federal.
Marcelo Sá de Sousa, Museu da Câmara dos Deputados
Marcelo Sá de Sousa é Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Especialista em Gestão e Políticas Culturais (Universidade de Girona/ Itaú Cultural) e Mestre em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST). É museólogo na Câmara dos Deputados desde 2013 e chefia o museu da instituição desde 2016.
mediação Ruth Levy, Casa Museu Eva Klabin
Ruth Levy é museóloga (UNIRIO) e arquiteta (UFF); doutora e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes/UFRJ e pós-graduada em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ. É museóloga da Casa Museu Eva Klabin, atuando nas áreas de projetos, exposições, publicações, acervo, pesquisa e programação, entre outras. É autora dos livros A Exposição do Centenário e o meio arquitetônico carioca no início dos anos 1920 e Entre palácios e pavilhões: a arquitetura efêmera da Exposição Nacional de 1908, publicados pela EBA/UFRJ, e de textos e artigos para livros, revistas e catálogos. Foi curadora da exposição 1922|2012: 90 anos da Exposição do Centenário, Centro Cultural dos Correios, RJ, 2013 e assistente de curadoria da exposição Viagens de Eva, Casa Museu Eva Klabin, RJ, 2012.