Retratos de Ema Klabin

Exposição
Retratos de Ema Klabin

Retratos de Ema Klabin

Sábado, 19/10/19, às 14:00. Em exposição até 15/12/19

gratuito

*Imagem: Foto de Gregori Warchavchik, montagem de Lívia Silva

Ao longo de sua vida, Ema Klabin realizou apenas três retratos próprios, todos produzidos entre o final dos anos 1940 e início dos anos 1950, um período marcado por importantes mudanças em sua vida pessoal e transformações no cenário econômico e cultural de São Paulo, que despertava para um momento de progresso e estabilidade propiciado pelo final da Segunda Guerra Mundial.

Após a morte de seu pai Hessel, em 1946, Ema deixou de ser a irmã do meio que cuidava do pai e, aos quarenta anos de idade, transformou-se em uma mulher independente, de personalidade e atitude diferentes de sua excêntrica irmã mais velha, Eva, que havia se casado e mudado para o Rio de Janeiro em 1933, e de sua sensível irmã caçula Mina, que falecera prematuramente em 1940. É justamente nesse momento que Ema começa a formular uma nova persona pública para si, que manteria até o final da vida: a empresária e mecenas, colecionadora e viajante incansável, de espírito livre e altivo.

Os retratos realizados em meios distintos – a pintura de Arthur Kaufmann (1888-1971), a escultura de Bella Karawaewa Prado (1925) e a série de fotografias de Gregori Warchavchik (1896-1972) – possuem, em comum, a forma despojada em que Ema se apresenta, com roupas e penteado simples e sem qualquer joia ou adereço, trazendo a atenção para sua expressão facial e seu olhar, pensativo e distante.

Outro denominador entre os artistas e a própria Ema – que possivelmente foi determinante na sua escolha – é o fato de todos serem resultado dos movimentos migratórios que marcaram o início do século XX: Ema era filha de imigrantes lituanos educada na Suíça e Alemanha, Kaufmann um judeu alemão, expulso pelo nazismo, que se estabeleceu nos Estados Unidos, e tanto Warchavchick quanto Bella eram naturais de Odessa (Ucrânia): ela chegou ao Brasil ainda criança e estudou com mestres do nosso modernismo, e ele formado em Arquitetura em Roma.

O período de realização dos retratos também é significativo pelo esforço conjunto empreendido por paulistanos de famílias tradicionais e imigrantes nos estabelecimento de instituições culturais que moldariam a identidade cultural de São Paulo até hoje, com a criação do MASP (1947), do MAM (1948), a realização da 1ª Bienal (1951), culminando com as grandes exposições do IV Centenário da cidade (1954), que inaugurou o Parque do Ibirapuera.

Obras Apresentadas:

  • Arthur Kaufmann (Mülheim, Alemanha, 1888 – Nova Friburgo, RJ, 1971). Retrato
    de Ema Klabin, 1949. Óleo sobre tela, 100 x 73 cm.
  • Bella Karawaewa Prado (Odessa, Ucrânia, 1925). Ema Gordon Klabin, 1954.
    Gesso, 41 x 23,5 x 26 cm
  • Gregori Warchavchik (Odessa, Ucrânia, 1896 – São Paulo, SP, 1972). Séries
    fotográficas de Ema Klabin (série I – anos 1940, série II – 1951).
Retratos de Ema Klabin

Curadoria: Paulo de Freitas Costa
Ação Educativa: Cristiane Alves | Bruno Melo | Felipe Azevêdo | Isabela Gonçalves | Rosi Ludwig | Rebeca Peppe | Tatiane Golinelli
Projeto Gráfico: Lívia Silva e Henrique Godinho

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