Sala de Jantar

A decoração da sala de jantar é marcada pelo Barroco brasileiro, que, no discurso dos modernistas, era visto como uma manifestação artística genuína de nossa história. O maior destaque são as talhas do mineiro Mestre Valentim (c. 1750–1813), provenientes da Igreja de São Pedro dos Clérigos do Rio de Janeiro, demolida em 1943. Adaptadas ao espaço com habilidade pelo decorador Terri della Stufa, essas peças dão um caráter luxuoso e teatral ao ambiente.
O armário de imagens religiosas, criado a partir de diversos fragmentos, é outra criação do decorador, que também desenhou a mesa em laca preta, acompanhada por cadeiras que reproduzem fielmente um par original, peças de chinoiserie francesas do século XIX, dispostas abaixo do grande aparador.
O lustre de cristal em estilo Luís XV (França, séc. XIX), que possui peças em forma de frutas, e o conjunto de naturezas-mortas, com destaque para a grande tela de Abraham Brueghel (Itália, 1677), se relacionam ao hábito de receber convidados à mesa, assim como as sopeiras de porcelana da Companhia das Índias (China, séc. XVIII) e as diversas peças de prataria luso-brasileira (séc. XVIII–XIX).
Como a sala de jantar não tem vista para o jardim principal, foi criado um pátio interno, marcado pela rica vegetação e pela fonte italiana em mármore (séc. XVIII), comprada em Roma durante a construção da casa.