Biblioteca

Este era o ambiente onde Ema passava a maior parte do dia, escutando música e apreciando seus livros, e usado para receber seus familiares e amigos mais íntimos para longas conversas. O formato circular teve como inspiração a biblioteca de Frederico II em Sanssouci, e as estantes em pau-marfim seguem o desenho da biblioteca do Museu Nissim de Camondo, em Paris.
A coleção de livros abrange mais de 3.500 volumes, adquiridos a partir do final dos anos 1940. Estão incluídos desde manuscritos e exemplares dos primeiros livros impressos (incunábulos, do século XV) até edições de luxo ilustradas do século XX, passando por clássicos da literatura ocidental e brasileira, além de diversos relatos de viajantes estrangeiros sobre o Brasil, do século XVI ao XIX, que formam a sua “brasiliana”.
Na decoração, merecem destaque a mesa-secretária em estilo Luís XVI do mestre ebanista Cramer (?–1794) e, acima da lareira, um relógio de parede (Paris, séc. XVIII) em estilo Régence – que corresponde à transição do Barroco ao Rococó na França – decorado com figuras femininas da mitologia grega, além de peças de porcelana chinesa de variados períodos.
A tela Ariadne, de Jean-Baptiste Greuze, foi a primeira aquisição importante da coleção, realizada em 1947 por indicação de P. M. Bardi, que então começava a formar a coleção do Museu de Arte de São Paulo – Masp. As laterais da porta contêm ainda importantes gravuras de Albrecht Dürer, Jerome Wierix (séc. XV) e Rembrandt (séc. XVII), que fazem referência às técnicas de impressão e ilustração dos livros.