Movimento Armorial

Movimento Armorial: Timbre, Heráldica e Música

Tramas Culturais | Movimento Armorial: Timbre, Heráldica e Música

Francisco Andrade

Quinta-feira, 9/11/17 das 19:30 às 22:00 - 4 encontros

gratuito

35 vagas por ordem de inscrição

*Imagem: F. Pepe Guimarães

Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Klabin apresentam:

O curso Movimento Armorial: Timbre, Heráldica e Música, dividido em quatro encontros, propõe refletir a cultura e a música brasileira a partir do Movimento Armorial e da trajetória artística do Quinteto Armorial.

Tendo como ponto central a escuta e apreciação dos quatro elepês do grupo – Do Romance ao Galope Nordestino, Aralume, Quinteto Armorial e Sete Flechas, produzidos pela Discos Marcus Pereira na década de 1970.

Criado pelo escritor e professor Ariano Suassuna, no âmbito do movimento armorial e da Universidade Federal de Pernambuco, o grupo nasceu com a proposta de criar uma música erudita brasileira a partir das raízes da cultura popular, elegendo os timbres de uma heráldica do “povo” como material norteador de seu processo composicional, traduzida pela direção de Antônio Madureira com os jovens músicos do conjunto.

A palavra Armorial tem origem na França medieval. Era o livro onde se registravam os brasões. A arte ou ciência dos brasões é o que se compreende por Heráldica, isto é, o conjunto dos emblemas de brasão. No movimento cultural criado por Suassuna, o substantivo armorial transforma-se em adjetivo para se compreender a tradição cultural nordestina na invenção de uma ideia de Brasil, associando essa tradição às expressões simbólicas populares, como a xilogravura, a literatura de cordel, a música de viola, rabeca ou pífano, o frevo, o maracatu e os espetáculos populares.

Desenvolvida a partir do binômio História e Música e organizada em três partes que se articulam por meio de três eixos básicos – timbre, heráldica e música –, o processo de criação da música armorial é apresentado como parte da concepção filosófica de Ariano Suassuna e suas conexões com o Movimento Modernista de 1922, refletindo sua correspondência com as múltiplas tendências estéticas norteadoras da criação musical no século XX, através de sua proposta de vínculo cultural para além dos cânones que definiam a música como “erudita” ou “popular”. O movimento armorial “termina” em 1980, porém, a música armorial resistirá em uma travessia à margem dos interesses das multinacionais da indústria cultural, através de trabalhos “independentes” feito por seus protagonistas, e também por uma geração posterior de músicos. Neste sentido é possível se pensar hoje, em uma produção musical viva e pulsante em sintonia com a música armorial.

 

Primeiro Encontro 05/10 – Timbre

  1. Ariano Suassuna e a criação da música armorial;
  2. Classicismo Sertanejo e Romantismo Litorâneo;
  3. Presença moura, sefardita e medieval nos timbres do sertão armorial;
  4. Quinteto, Mário de Andrade, e os timbres da música brasileira.

 

Segundo Encontro 19/10 – Heráldica

  1. Imagens, emblemas e insígnias no som do Quinteto Armorial.
  2. Notação musical de um barroco sertanejo.
  3. Um mosaico da música do Nordeste em quatro elepês.

 

Terceiro Encontro 09/11 – Música 1. Cultural, “erudita” & “popular”.

  1. Orquestra Romançal Brasileira.
  2. Toque para marimbau e orquestra: “osso” ou “filé mignon”?

 

Quarto Encontro 23/11 – Quinteto Aralume

  1. Uma experiência musical.

Francisco Andrade músico, historiador e mestre em Filosofia pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Iniciou sua trajetória artística enquanto intérprete de violão na Holanda em 2001, integrando o projeto “Mãos pés e bocas do Cerrado” idealizado pelo poeta Willian Keursten. Foi integrante do Quarteto Pererê, tendo dirigido os cd’s Ebulição (2004) e Balaio (2008). Na área cultural, colaborou na idealização do Ponto de Cultura Pilar do Sul (SOSACI), atuando como professor, pesquisador, e diretor da Orquestra de Violões MultiVozes. Atualmente desenvolve trabalho de pesquisa e criação musical com o Quinteto Aralume, duo Ionan Andrade e parcerias com o compositor Ricardo Dutra e a cantora Letícia Torança.

Relacionados

Museu em Família | Caravana Lúdica: Jogos do Mundo

Palestra presencial | Quantos contos conta um conto Yiddish?

Violão e Ponto
Flavia Prando apresenta Violões na Velha São Paulo

Percepções – Articulando experiências educativas e museológicas na casa museu e no Museu de Arte Sacra